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Projeto de criação da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 (EN2) apresentado em Pedrógão Grande
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A Casa Municipal da Cultura de Pedrógão Grande foi palco, no passado dia 2 de novembro de 2016, da apresentação do projeto de criação da Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 (EN2), cuja escritura de constituição será assinada no sábado dia 5 de novembro 2016, em Santa Marta de Penaguião.

Estiveram representadas 11 autarquias, nomeadamente, Vila Pouca de Aguiar, Sta. Marta Penaguião, Castro de Aire, Viseu, Penacova, Góis, Pedrógão Grande, Sertã, Vila de Rei, Ponte de Sôr e Viana do Alentejo.
O anfitrião Valdemar Alves, Presidente da Câmara de Pedrógão Grande, abriu o período de intervenções considerando o momento como mais um “passo nesta caminhada que temos vindo a fazer há dois anos, com muita lealdade e vontade de vencer”, classificando o projeto como “fabuloso” tratado com “paixão” que valoriza a “mítica EN2”, enquanto “aposta para criar emprego e combater a desertificação do interior, realçando o facto de se tratar de “um projeto suprapartidário”.
Seguiu-se a intervenção do Dr. Luís Machado, Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião e dinamizador desta associação, que começou por realçar o empenho e dedicação neste projeto “que é de todos e para todos” e “suprapartidário mas afirmativo do poder local”. Historiou depois sobre a sua evolução “desde que há dois anos iniciámos este caminho com o convite a todos os 32 municípios” atravessados pela EN2, com uma recetividade “bem acima das nossas melhores perspetivas”, em que desde logo apareceram 13 municípios, até às “coisas maravilhosas que temos feito” de onde destacou “a consolidação da união e amizade do grupo” e o “trabalho de casa”, nomeadamente, “na mobilização dos restantes concelhos na adesão ao projeto”, na “definição do modelo”, optando-se pela Associação de Municípios e na “elaboração dos Estatutos” que levam à concretização desta associação com a formalização da escritura no sábado dia 5 de novembro.
Luís Machado realçou a importância do aproveitamento turístico da via, através de “um projeto socioeconómico” que visa “a promoção dos territórios” dos 32 concelhos “para criar riqueza e fixar as pessoas” e que será o primeiro projeto do género a nível nacional e que atravessa todo o país. É inédito, pioneiro, transregional e tem um valor socioeconómico muito grande, com potencial de crescimento.
É este potencial paisagístico e patrimonial que os municípios querem aproveitar com um projeto de dinamização que vai guiar os visitantes, através da estrada histórica, por uma viagem pelo país. A ideia é que as pessoas que façam esta rota tenham o mesmo tipo de acolhimento em todos os municípios por onde passem, tenham acesso a informações sobre alojamentos, restauração ou a produtos locais de qualquer um destes territórios e evoluir para que “os preços sejam uniformes, idênticos em todos os concelhos”.
Neste projeto é intenção dos seus impulsionadores criar um “passaporte municipal”, para ser carimbado em cada um dos concelhos visitados, a par de um “passaporte presidencial”, a utilizar quando os turistas forem recebidos pelos líderes de cada autarquia.
Em cima da mesa está também a possibilidade de candidaturas a fundos comunitários no sentido de consolidar a Rota da EN2, pelo que importa que “sejam dadas ao projeto oportunidades que não existem” no programa de fundos comunitários Portugal 2020, já que “a forma como está desenhado não satisfaz” a sua candidatura aos apoios financeiros europeus. Neste sentido, o grupo de trabalho apelou à intervenção do Governo e do Turismo de Portugal com esse objetivo, até porque a EN2 atravessa território das atuais cinco comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), pelo que se pretende que estas, entre si, “uniformizem os critérios” de acesso do empreendimento aos apoios comunitários.
Neste contexto, Luís Machado lembrou que o parlamento debateu já dois projetos de resolução sobre este tema: um do PSD e CDS-PP, recomendando ao Governo uma intervenção "de forma a transformar esta via num produto de interesse económico e de promoção turística", e um outro do PS recomendando ao executivo a valorização da estrada. Para o autarca a aprovação destes projetos de resolução é um “reconhecimento de um trabalho de dois anos” que está a ser desenvolvido pelos municípios e “vem abrir caminho para aquilo que temos vindo a reivindicar e que é a abertura de um aviso nos fundos comunitários dedicado a este projeto”, acrescentou Luís Machado.
A internacionalização deste projeto turístico é outro dos objetivos dos promotores, pelo que deve incluir a geminação com vias congéneres de outros países, a Route 66, nos Estados Unidos, e a Ruta 40, na Argentina. Para o autarca de Santa Marta de Penaguião, a internacionalização é mesmo “o desafio maior” dos promotores deste projeto.
Deixamos aqui mais algumas ideias força desta apresentação deixadas pelo Presidente Luís Machado:
- “O projeto não tem encargos financeiros e não haverá recursos humanos afetos à associação;
- “Vamos ver se antes do próximo verão, em 2017, já temos oferta no mercado”;
- “Não temos pressa, mas estamos atrasados porque já devíamos ter colocado este projeto ao serviço das nossas populações”;
- A Associação de Municípios da Rota da EN2 já assegurou a adesão de 26 dos 32 municípios atravessados pela via;
- Será criada a figura do “Amigo da EN2” que visará a integração de concelhos vizinhos em projetos da associação, mas nunca a sua integração como elemento desta;
- Embora a sede da Associação seja oficialmente em Sta. Marta de Penaguião, tal será mais uma formalidade, pois a “ideia é que seja em todos os concelhos”.

Intervieram ainda na sessão presidentes e vereadores de outros municípios envolvidos na iniciativa, que deixaram os seus testemunhos, realçaram “a linha que os une”, destacaram o caráter inovador do projeto, deixando bem patente o seu empenho e ambição.
“Este é o projeto”, afirmou a Dra. Odete Paiva, Vereadora do Município de Viseu, ilustrando desta forma simples e objetiva as expetativas criadas em volta deste projeto. A autarca de Viseu colocou a tónica da sua intervenção na “identidade” e “património” dos concelhos envolvidos e considerou o projeto como “uma alternativa à litoralização do país” que “dá a conhecer uma outra faceta do nosso país” num “projeto estruturado de territórios – quase na sua totalidade - de baixa densidade”.
José Farinha Nunes, Presidente do Município da Sertã considerou esta iniciativa de “interessante e inovadora”.
A Dra. Ana Rita Dias, Vice-Presidente do Município de Vila Pouca de Aguiar afirmou que “há uma linha que nos une” e realçou o mediatismo que este projeto já alcançou, realçando a grande quantidade de notícias na Comunicação Social, a discussão de recomendações na Assembleia da República e o tráfego nas redes sociais.
Já o Dr. Humberto Oliveira, Presidente do Município de Penacova, falou com nostalgia da sua meninice na EN2, confessou a sua “inveja” por não ter sido ele a ter esta ideia que considera brilhante, “ tão simples e tão óbvia”.
A Dra. Maria de Lurdes Castanheira, Presidente do Município de Góis deixou o seu “modesto testemunho” sobre este “projeto sui generis”, acrescentando mais uma particularidade que é a “de nos aproximar”, dando o exemplo do que está a acontecer entre Góis e Pedrógão Grande e de lufada de ar fresco, numa altura em que “temos ceticismo na mudança” porque “nós, autarcas, andamos à décadas a pregar e nunca [no Poder Central] nos ouvem”.